Introdução

Grupo de jovens, mais ou menos coerentes, uns de esquerda outros de direita, outros nem sabem de onde, deram por si a debater os mais variados assuntos a cada encontro. Ora economia ora desporto, passando pela religião até aquilo que em Portugal se chama de Política.Com a evolução dos seus percursos pessoais, e da necessidade de um local para promover essas trocas de opiniões, (já fartos de serem expulsos de certos cafés) quatro deles juntam-se e nasce este espaço. Um local para todos, onde todas as opiniões serão bem-vindas desde que civilizadas, que seja também a vossa casa. Sim, nós sabemos que parece um T1 em Sacavém, com vista para a linha do comboio. Mas não dá para mais, estamos à rasca.

sábado, 30 de abril de 2011

Do tempo...

Ainda sou do tempo em que se usava escudos,
Ainda sou do tempo em que de manhã queria me levantar mais cedo para ir jogar a bola para a escola,
Do tempo em que usava fato de treino e chapéu da FUBU com a pala redonda,
Do tempo em que as raparigas usavam calças e camisolas de gola alta, (mesmo no verão),
Do tempo em que os mais velhos pareciam mesmo mais velhos e os mais novos respeitavam os mais velhos,
Do tempo em que o gameboy levava quatro pilhas grandes e a playstation... Não havia era verdade, o que havia era a sega saturn com uns cartuchos ou umas cassetes como lhe queiram chamar,
Do tempo em que as televisões eram grandes e os computadores eram maiores ainda,
Do tempo em que os pokemon e os power rangers e os digimons eram desenhos animados como deve ser,
Hoje sou do tempo dos euros,
Hoje sou do tempo em que os miúdos querem andar bem vestidos e engatar raparigas,
Hoje sou do tempo em que as miúdas com 14 anos aparentam ter 18 (sim aparentam fisicamente, e quando digo fisicamente é mesmo em atributos, eu fiz questão de comprovar à pouco tempo na praia quando todos os meus colegas diziam que ditas raparigas tinham 18 anos e na verdade apenas tinham 14),
Hoje sou do tempo em que essas mesmas raparigas no lugar de calças e golas altas usam tops e cintos (ou mini saias como lhe queiram chamar), e não posso deixar de referir, mesmo no inverno!
Hoje sou do tempo em que no lugar de jogos de futebol ou do berlinde os miúdos beijam-se nos intervalos,
Mas o mais grave ainda é que hoje sou do tempo em que não votar é engraçado, em que ser dos partidos pequenos é a moda, sim porque os partidos pequenos nunca ganham e assim é giro vê-los ficarem com mais votos,
Mas o mais grave ainda é que hoje sou do tempo em que os jovens não sabem distinguir os partidos, e do tempo em que os partidos não sabem ajudar os jovens a distingui-los,
E, mais uma vez repito, o mais grave ainda é, que hoje sou do tempo em que amanhã serei governado pelo FMI,
Posso dizer que sou do tempo em que fazer ponte entre feriados é moda, mesmo quando o País está a afundar-se...

Bem, hoje sou do tempo da geração à rasca!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O Começo

Antes de mais parece-me importante começar por agradecer a esta fantástica ferramenta que a rasca da nossa geração trouxe: a Internet. Esse fabuloso instrumento possibilita-nos aqui, com toda a abertura e frontalidade que caracteriza a juventude (para além de sermos uns parasitas da sociedade, do sofá dos nossos pais e culpados da falta de vida em Marte, obviamente) expor ideias, discutir, 'mandar umas bocas' e sobretudo crescer, porque quer queiram quer não, nós somos a geração de amanhã. Somos a geração do futuro. Somos também e paradoxalmente, a geração mais instruída de sempre neste cantinho do Mundo. Mas isso não interessa nada.

Dito isto hoje e como primeira pseudo-crónica que escrevo nesta pequena tertúlia divagadora, hoje debruçar-me-ei sobre o assunto menos falado dos últimos tempos. Política. Não aquela política má, que consiste em ajudar os outros e pensar no bem comum. Não, nada disso. Falarei daquela política de grandes valores praticada em Portugal, em que o mais importante são os tachos, as panelas e os caldeirões para a familia, os amigos, o cão, o gato e o piriquito.

Falando um bocadinho mais a sério (ou não), Portugal encontra-se num estado de calamidade económica, que se tornou numa barricada perfeita para o debate político mesquinho e caprichoso. Forças políticas de esquerda e de direita, vão-se entretendo com as acusações do costume, apontando o dedo ' aos perigosos liberais de direita', aos 'revolucionários de casa-de-banho' ou até vejam bem, a José Socrátes. Coitado do senhor. Mas aquilo que realmente interessa num momento em que as pessoas ainda não se aperceberam bem das consequências que esta derrapagem financeira e económica terá no estilo de vida que conhecemos, é que os agentes políticos, que se esperam que sejam os representantes da vontade popular, ajudem o País a encontrar soluções para a crise que passamos. Neste momento as pessoas não votam no partido A, B ou C, votam, isso sim naqueles que mais lhe inspiram confiança para ultrapassar uma fase negra e desgastante como esta. Mesmo depois das mensagens discretas de Durão Barroso, ou dos apelos públicos (por públicos entenda-se Facebook) de Cavaco Silva, apelando ao consenso, à unidade e à coesão, ou noutras palavras dizendo: 'Vamos lá ter juízo, que já é altura de sermos crescidinhos', o objectivo continua a ser chegar a dia 5 de Junho à frente, com ou sem maioria absoluta, com a possibilidade de deter o poder e escolher a equipa e os cargos governativos a seu belo prazer (mais um conjuntinho de tachos pronto a sair), porque no fim do dia, uns 'não falam verdade' e outros só 'dizem mentiras'.

O problema já ultrapassa as constantes parvoíces de José Sócrates, a passividade e falta de liderança de Pedro Passos Coelho (bem como a fantástica escolha do mui Nobre presidente da AMI, para lider das listas por Lisboa do PSD), a constante retórica opositória de Francisco Louçã, a busca louca por um cargo no Governo de Paulo Portas ou a conversa desactualizada e descontextualizada de Jerónimo de Sousa. O problema está nas pessoas. Na nossa sociedade. Nos políticos que criamos, e na ideia que temos deles. Porque, sejamos sinceros, ser blogger, cronista, políticólogo ( que agora é uma profissão na moda para não se fazer nada), comentador televisivo, ou simplesmente treinador de bancada, não ajuda, nem mudará a situação em que vivemos. Não podemos ser críticos em relação a tudo quando nada fazemos para tentar ser parte da solução ou pelo menos impulsionadores dela.
Seja no associativismo, nas juventudes partidárias, nas autarquias, nos clubes desportivos, nos postos de trabalho, etc os portugueses têm que, à boa maneira espanhola (para os que defendem a União Ibérica), ter 'ganas', sair para a rua e lutar, dar a sua opinião, não ter medo de assumir o que pensam e as ideias que têm, mas sobretudo e mais importante que qualquer outra coisa não deixar que o país em que nascemos e orgulhosamente representamos, se torne num cantinho à beira mar plantado, em que os pobres são cada vez mais pobre e os ricos também são cada vez mais pobres.
De um enrascado para uma nação a enrascar-se, sejamos todos, neste momento de verdadeira crise, homens e mulheres de força, porque dos fracos e oprimidos não reza a história.


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Um Blog Rasca

  A ideia nasceu como nós, imatura e precoce. Foi preciso dar-lhe espaço para evoluir normalmente, não cair no erro de a trazer demasiado cedo à luz do dia. Desse processo de aperfeiçoamento do projecto que nasceu a nossa convicção que não será mais uma ideia. Será algo a ter em conta, em que estaremos dedicados e envolvidos, pois é algo pensado, projectado, idealizado em conjunto.

  Quem nos conhece sabe da diferença de opinião existente entre nós sobre os mais variados assuntos - quem não nos conhece irá o perceber nos próximos tempos - atrevemos-nos mesmo afirmar que só estaremos de acordo na paixão pela nossa terra. Mesmo assim não é consensual se seremos todos da mesma localidade, ou se teremos o direito de proclamar tal.

  Somos de anos diferentes, de ideologias políticas ou económicas diferentes, de religiões - se as houver- distintas, de clubes rivais, não ouvimos a mesma música ou admiramos a mesma arte, e na maior parte das vezes discordamos. E ficamos pelo discordar saudavelmente quando acaba bem.

  É essa pluralidade que queremos aqui. Qualquer opinião fundamentada e civilizada, é uma opinião diferente que merece ser escutada e debatida, pois é do debate que vive a democracia. Disso e dos tachos.

  O blog surge como um processo natural de debate. A blogosfera tem hoje uma inesperada -ou talvez não- relevância como veículo de opinião. Com a acentuada descida de qualidade jornalística evidenciada, nos canais generalistas, os canais ditos de notícias são hoje uma lufada de ar fresco no panorama televisivo nacional, com os mais variados programas de opinião e debate e que possibilita fugir um pouco do "Crime","24Horas" ou até "Correio da Manhã" que se tornaram os telejornais das 20h (Para o Português comum ver. Nivelando toda uma programação televisiva por baixo). E por isso não é de estranhar a qualidade (e quantidade!) de comentários e comentadores que hoje marquem presença em programas fora do circulo comercial, a maioria deles, com colunas em jornais de referência e consequentes formatos digitais (Blogs) dos mesmo, sendo agregados a esses jornais, ou até pessoais. Não é de estranhar pois, que grande parte do interesse intelectual online hoje em dia, assente nos blogs.


  Quer queiramos quer não, fazemos parte da Geração à Rasca. E carregaremos esse carimbo durante uns bons anos - senão para sempre. Ainda não temos noção se somos ou não, mas é uma expressão que assenta que nem uma luva no Portugal que conhecemos, o do desenrascando, do desenrasca, e do enrasca o próximo. Haver alguém à rasca derivada do desenrasca que o desenrascado o enrascou. Confuso? É trocar o desenrascado por Político comum e o desenrasca pelas suas medidas. Limpinho, Viu? Por falar em brasileiro, este blog NÃO vai adoptar o novo acordo ortográfico, pois somos Portugueses de gema, bebemos Licor Beirão, não caipirinhas, apoiamos o Ronaldo e não o Kaká, a única coisa que queríamos de lá para além do clima, era o Lula da Silva. Ele, ou o senhor forte de bigode que se seguiu. Já agora, a Adriana Lima, para ver se restaurava alguma da alegria perdida dos Portugueses. Mas já são assuntos à parte.


  Hoje em dia a velocidade com que a informação (e contra-informação) circula, tornou a Internet um meio indispensável para uma actualização básica do que se passa por esse mundo. Existe por essa network fora, uma enormidade de fontes noticiosas, desde o formato online de jornais, a jornais especializados na informação online, a outros sites e blogs mais ou menos pessoaos, onde cabe todo o tipo de opinião e crónica.
  Será fácil encontrar um buraco para nós, nem que seja nas contas públicas que está cheio deles. Não esperámos ser melhor que os que existem, até porque parece que o Pacheco Pereira tem um blog, e não podemos competir com um opinador profissional. Mas já não seria mau não fazermos as figuras que faz o Manuel Maria Carrilho na TVI24.

Enrascado por David Ferreira, Gonçalo Toste, Gonçalo Valente e Ricardo Vilela.