Introdução

Grupo de jovens, mais ou menos coerentes, uns de esquerda outros de direita, outros nem sabem de onde, deram por si a debater os mais variados assuntos a cada encontro. Ora economia ora desporto, passando pela religião até aquilo que em Portugal se chama de Política.Com a evolução dos seus percursos pessoais, e da necessidade de um local para promover essas trocas de opiniões, (já fartos de serem expulsos de certos cafés) quatro deles juntam-se e nasce este espaço. Um local para todos, onde todas as opiniões serão bem-vindas desde que civilizadas, que seja também a vossa casa. Sim, nós sabemos que parece um T1 em Sacavém, com vista para a linha do comboio. Mas não dá para mais, estamos à rasca.

terça-feira, 7 de junho de 2011

As fissuras do Bloco

  Era esperado. No meio de tanta salgalhada, onde coube de tudo, num bloco à esquerda onde havia lugar para todos mais tarde ou mais cedo estas divergências iam acontecer. Desde a União Democrática Popular, marxista, passado pela Política XXI (que já nasceu de divergentes de outras causas...) e acabando no Partido Socialista Revolucionário (trotskista), sem se esquecer os dissidentes do MRPP, do PCP e até do PS. Ou seja era uma mistura de ideologias mal concebidas, até entrando em conflito em certos pontos mas com imenso em comum, afinal eram todos ramos do comunismo, sejam eles maoístas, troikskistas ou mandelistas. Por falar em comunismo, é extraordinário a conotação negativa que esta palavra ganhou, devendo-se à URSS e ao poder capitalista, é significativo como um movimento que defende a abolição de diferenças entre classes, uma sociedade igualitária de direitos e deveres e numa forte defesa da classe operária rapidamente se transformou numa palavra do diabólica em termos de conotação. A força das palavras é enorme.
  Bem, mas no meio de tantas diferenças e conflitos ideológicos como é que a "coisa" funcionou até agora? Porque tinha um fortíssimo "cimento" que envolvia a estrutura e a tornava coesa. Como ontem muito bem referiu Miguel Sousa Tavares, esse elemento é Louça e se ele sair não existe ninguém com capacidade para aglutinar as bases em prol de uma causa maior, e será o fim do bloco como o conhecemos.
   Então quais são as diferenças? O curioso é que são muito poucas ou praticamente nenhumas, todas querem promover  socialismo através de revolução. Assim se definem. Os trotskistas através de uma revolução contínua e permanente, outros mais drásticos. Mas isto é ideologia fundadora, de orientação. Já não estamos mais no século XIX, alguém acha mesmo que se fará uma revolução armada agora e que se tomará conta do poder? Sejamos claros, esses tempos não existem mais, então ficamos com a sociedade, os seus deveres para com ela. E já não é pouco. Podem não acreditar mas governar é difícil.
  Esqueçam os ideais revolucionários do século XIX, senão arriscam-se a parar no tempo como os vizinhos do lado. Mas vocês não têm história, e com isso todo o significado subjacente a isso. Desde militantes a convicções enraizadas. Faltam alternativas firmes e capazes à esquerda. Faltam soluções. Agora é tempo de agir, repensar e actuar. Pratiquem a revolução mas interna, para poderem exercer aquilo a que se propõem, que é apresentarem soluções, propostas e causas de luta. Ao excluírem-se dessa luta, excluem-se do raio político capaz. Se é que lá estiveram algum dia...

PS:  E por amor de deus, tragam de volta a Joana Amaral Dias como diziam ontem aqui o JB! Falta gente assim na política portuguesa!


2 comentários:

  1. "Por falar em comunismo, é extraordinário a conotação negativa que esta palavra ganhou, devendo-se à URSS e ao poder capitalista, é significativo como um movimento que defende a abolição de diferenças entre classes, uma sociedade igualitária de direitos e deveres e numa forte defesa da classe operária rapidamente se transformou numa palavra do diabólica em termos de conotação. A força das palavras é enorme."

    Portugueses vivem das experiencias dos outros, mas não trazem nenhum ponto positivo na bagagem... Nós somos diferentes! Somos a cauda da Europa!

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  2. A ver vamos se o bloco não iça a bandeira branca...

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