Introdução

Grupo de jovens, mais ou menos coerentes, uns de esquerda outros de direita, outros nem sabem de onde, deram por si a debater os mais variados assuntos a cada encontro. Ora economia ora desporto, passando pela religião até aquilo que em Portugal se chama de Política.Com a evolução dos seus percursos pessoais, e da necessidade de um local para promover essas trocas de opiniões, (já fartos de serem expulsos de certos cafés) quatro deles juntam-se e nasce este espaço. Um local para todos, onde todas as opiniões serão bem-vindas desde que civilizadas, que seja também a vossa casa. Sim, nós sabemos que parece um T1 em Sacavém, com vista para a linha do comboio. Mas não dá para mais, estamos à rasca.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Ilusões

Um simples drama pessoal. Nenhum conhecimento e nenhuma politica eterna possui. Abordarei varias questões pelo qual manchadas pela população e das conspirações, bem como poderei divagar acerca.
A vida é uma crença vinda dos nossos arredores informativos. A nossa visão do mundo é portanto imaginária, nada é fundamentalmente verdadeiro ou falso, o que leva a ser tudo subjectivo. Vivemos um presente informativo e um passado agregado a crenças e escritas. A ciência tenta ser a mascara da verdade, a verdade transmitida. A religião é uma ilusão, bem como a formação do universo. Terei eu o direito de criticar um facto apoiado por milhões? Vamos nós crer em algo que não vemos? Quer queiramos quer não, temos o nosso espírito condicionado. O homem sente a vida inteira a necessidade de se agrupar a algo, a viciar-se, a quebrar a lei, fugir ao direito, a superar, a matar, a rezar entre muito mais. Facto, que durante a nossa existência temos sido facilmente domados, moldados pela imposição de regras, pelo amor, dinheiro e pela morte. Aprendemos a temer a prisão e a morte, assim obrigados a permanecer no círculo vicioso e aceita-lo.
Hoje em dia todos temos em mente o mesmo princípio de vida ideal, as mesmas informações como bem sabemos quem são os culpados das tragédias do 11 de Setembro 2001 e na ocultação da verdade sobre o 21 de Dezembro 2012. É possível estar a fugir da data certa, tratando-se de uma conspiração… Pouco importa a verdade oculta, todos acreditamos no mesmo. Admitir que a nossa visão do mundo é baseada em representações mentais, subjectivas e influenciadas pelo sistema informativo.

Agora uma anedota da 1º Guerra mundial numa troca de mensagens entre soldados, para explicar a actual falta de equilíbrio nas discussões sobre as crises mundias e nas possíveis alternativas possíveis: “A situação era catastrófica, mas não era grave”. Em seguida, recebeu a resposta dos aliados austríacos afirmando que a situação deles era “grave, mas não catastrófica.”
Tal e qual como: “Uns acham que vivemos uma situação catastrófica, mas que não é grave. Outros que a situação é grave, mas não catastrófica.”

Agora para completar. Defendo a alternativa à imposição do capitalismo como única lógica possível de organização. Também critico a forma como os médias e os governos pautam a discussão ambiental. O derrame da BP nos Estados unidos, por exemplo, foi um problema ambiental e foi transformado num problema legal. Discutiu-se o se a empresa teria de recompensar e de quanto seria essa multa. “Yes we can” e “pumbas” toma lá disto! É a nossa degradação ecológica e intelectual pela mundialização da burrice. A vida do intelectual é colocada num elevado posto, pois permite um maior e melhor controlo massivo.
É preciso colocar um fim à predominância da ideologia capitalista, já que a maioria das pessoas age como se não houvesse outra alternativa. Os problemas que enfrentamos são comuns a todos nós, por isso o comunismo é uma alternativa. Nenhuma solução isolada resolverá alguma coisa. Há que pensar numa forma de organização política que esteja deslocada dos grandes braços do polvo. Sejamos razoáveis, a todo o momento, dizem que o comunismo é impossível. Impossíveis são os estudos para nos dar a imortalidade, ou o uso da telepatia. Portanto, o que é fundamental é impossível. Ora na China há muita proibição de qualquer realidade alternativa, no ocidente, só encaramos a realidade como se ela só pudesse ser dessa forma, sem oposição nenhuma.
O Capitalismo absolve críticas que recebe e transforma-as em novas fontes de lucro, como grandes marcas que se dizem solidária e colocam 1% das verbas do produto para crianças famintas, ou para plantação de árvores.
É certamente algo que não agrada a toda a gente, pessoas mais preocupadas com a televisão, roupas, carro e o trabalho. Haverá o direito de culpar alguém que requer alguma tranquilidade? Não, de nenhum modo, são apenas marionetas feitas por paranóicos com planos arruinados. Todavia, o martelo ressoa melhor sobre a bigorna. Utilizar o verdadeiro sentido da palavra para tentar perceber o contexto, sem querer manipular nenhuma ferramenta.


“O homem racional, adapta-se ao mundo… O homem irracional recusa-se a aceitar o mundo a sua imagem. Todo o progresso vem do homem irracional portanto”.

"Os meus olhos" JC

segunda-feira, 27 de junho de 2011

sexta-feira, 24 de junho de 2011

quarta-feira, 22 de junho de 2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

Rui Tavares

  Mais um a saltar do barco. Dificilmente não será o fim...

Nobre chumbo

  Bem, já se realizou tantos trocadilhos com o nome do pobre homem, que este é só mais um. Mas o chumbo não foi mais um. Foi o primeiro nobre chumbo da história da assembleia. Acho que se perdeu a oportunidade de ter um verdadeiro independente a presidir a assembleia. Mas ganhou-se mais uma prova do seu carácter, afinal tornou a voltar com a palavra atrás, e fica como deputado. Mas um nobre deputado. Quão arrependido estou no teu voto... O que vale é que já sabia que não ganharias, afinal nunca votei em quem ganhasse.
  Continuando na senda de trocadilhos idiotas, espero que o próximo líder do PS seja mais seguro que o antecessor. Dois nomes frescos no panorama político dos trocadilhos idiotas, que antes estava reduzido a Pita Ameixa, Bravo Nico, Carlos Moedas, Mariana Aiveca, Paulo Pisco sem falar na Assunção Cristas, que devia de ter uns pais que pouco ou nada gostavam dela.

Um fenómeno interessante: Apenas os partidos de direita, têm estrangeirismos... Lynce, Farmhouse, Tender, Seufert, Bourbon, Bettencourt ou até Canavarro! são alguns dos nomes que encontramos em apelidos na bancada parlamentar da nau governativa.... coincidências.

Já começou.

  "Vamos fazer de Portugal, a economia mais liberal da Europa".


Pedro Passos Coelho dixit.

domingo, 19 de junho de 2011

Sociedade actual com o trabalho

Desde os anos 80 que não vemos fim aos nossos dias, de duro esforço diário incessável. A explosão do trabalho tem tornado o mundo muito produtivo, ao ponto de tornar os bens acessíveis aos mais pobres, e estes, obtendo poder de compra, iriam criar mais trabalho a outros ou a eles mesmos com a ajuda do avanço tecnológico, como é óbvio. A inovação tem sido o ponto-chave para esta sociedade. Havia a possibilidade de já não termos necessidade de trabalhar tantas horas. Porque estamos nós numa situação inversa? Em que temos de trabalhar muito mais para ganhar um pouco mais? Somos a sociedade mais trabalhista de toda a história da humanidade. Na idade média, o trabalho era escravatura, tortura vindo do latim. Era substancialmente reservado aos pobres. Depende das ideologias, na altura também poderia ser um meio para agradar a Deus. Hoje em dia, quem não trabalha é uma pessoa prestigiada, uma verdadeira conquista!

Começou-se a trabalhar um dia sobre três. Até que surgiu a revolução industrial e começou a surgir o capitalismo. O homem forçou-se a ter de trabalhar como nunca antes. Produzir riqueza era prioridade. Acabando com a cegueira da falta de luz e controlo do tempo, podíamos trabalhar fora de horas. A produtividade explode! O capital voa, e os trabalhadores lançam-se na era do consumismo. Acabou de ser uma necessidade, a partir de agora passava a ser uma obrigação, trabalhar. Esforço humano em troca do dinheiro, um emprego. As necessidades básicas para a sobrevivência foram ultrapassadas pelo desejo. As quantidades produzidas foram tantas que já se justificava uma quebra no horário de trabalho? Ou uma sociedade baseada no consumismo? Assim escolhido pelos sindicatos, o consumismo instalou-se! A produção é tal que temos que conservar alimentos usando conservantes e pulverizar terrenos agrícolas para uma super-produção.O sonho do luxo, um paraíso. Produtivismo, crescimento, potencia, trabalho e consumismo em troca de direitos sociais. O emprego está atrelado ao consumismo. Isto tudo é bonito, mas não se pensou nos recursos finitos que o planeta possui. Assim começa o assalto a natureza e ao seu abuso. A nossa pegada ecológica é enorme! Para vivermos como os Estados-unidos são necessários 6 planetas. Ser produtivo é sinónimo a tirar os recursos de outros países mais vulneráveis. Temos que transformar a natureza em materiais produzindo muita poluição. A actividade humana cria poluição, e esta cria alteração climática. Esta perda de controlo dos nossos super-sistemas torna o negócio difícil, pois o crescimento não pára.

Tivemos que criar empregos forçados, publicidade (lavagem de cérebro) a própria pornografia, as finanças e os média são exemplos. A educação, a saúde e as ajudas sociais são cada vez mais privatizados. Estes sim são bens!

O trabalho faz classes sociais e beneficiados, já é um ciclo. Um simples objecto faz mexer uma centena de pessoas desde a sua produção até estar nos nossos lares.

A igualdade neste sistema é fundamental e tem de ser preservada, mais a fossa hierárquica cresce, mais razões têm os mais fracos. Não temos muitos meios para contrariar esta solução enraizada. O materialismo é mais que uma religião. Vivemos para os nossos bens, trabalhamos para os adquirir! Babamos as revistas com os luxos dos ricos! Mas já estamos tão conformados com tal, que é muito difícil entrar na cabeça dos inteligentes. Vejam o tio Picsou como exemplo. Desde pequenos que ouvimos o hino do consumismo, até nos dejectos que deixo na sanita!

Para isso temos o álcool, as drogas, as depressões e os suicídios como antibiótico. São um dos únicos crescimentos enormes que temos.
Estamos a criar ódio. Ódio ao poder, ao querer lá chegar, o poder do dinheiro e a quem o possui. Mais ricos somos, mais dependentes ficamos, ao contrário dos pobres. Viva a Liberdade sufocante!



"Os meus olhos" JC

quinta-feira, 16 de junho de 2011

E.Coli

Queria aumentar o caudal para o ramo biológico. Após a gripe suína, a gripe das aves e agora Escherichia coli. Uma bactéria que temos nos intestinos, como todos sabemos. Surgiu de legumes e agora já se diz que o LIDL vendeu Hambúrgueres de vaca, em Lille com a bactéria. Queria realmente saber das vossas opiniões sobre estes caldinhos farmacêuticos.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

PS no seu melhor

Parece que vamos ver atrasada a tomada de posse por uns míseros votos...
Pelos menos segundo Lello
Análise reforçada por um pisco
Mas já desmentida por Assis.
Entretanto num partido sem líder, reinam todos e ninguém se entende.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Divagações (i)



  Santa Apolónia, saio do comboio e as pessoas atropelam-se. É a confusão total. Um cargo a manter. Um atraso a evitar. O chefe que ralha, o superior que castiga, o patrão que despede. Lisboa, plena no seu esplendor,  rejubila em toda a sua beleza. Insensível aos problemas dos teus trabalhadores, turistas ou moradores, a ela pouco importo o atraso, o emprego ou a reunião. Do alto da encosta, maduros edifícios observam-me e compreendem a minha revolta. Que raio de tempo em que vivemos.
  Continuo o meu caminho, desligo a música. Fico a ouvir Lisboa, no seu palpitar de vida. Hora de ponta, que raio de tempo que está hoje. Ou de falta dele, não do tempo meteorológico, do tempo dos segundos, daquele que falta sempre, ou do que demora a passar, nunca aquele tempo que está a andar à velocidade correcta. É uma boa questão esta do tempo. Nunca anda à mesma velocidade e está sempre contra nós. Que  raio de tempo que temos hoje em dia.
  Desço para escuridão do metropolitano, e que raio de tempo em que vivemos. Que vejo quando olho para a janela? Escuridão. Tristeza. Deixo-me a divagar e chego à minha estação, nova corrida às saídas. A alegria de ser o primeiro a ver a luz verde. A notória pobreza de espírito. O triste é vermos imensas almas desoladas. A infelicidade estampada no rosto, a preocupação. É a saudade, o nosso fado.
  A vida é muito mais que um trabalho, que a viagem ao trabalho. A sua beleza não é facilmente compreendida, nem aceite. Muitas vezes ignoram-se esses pensamentos. E sentimentos. A vida será muito mais a viagem de regresso, do que a ida. O verdadeiro momento da vida, é o reencontro connosco próprios, e não o momento da partida. É algo que facilmente ignoramos, mas a vida não é hoje, é sempre o amanhã, a caminhada é o caminho a ser seguido. A busca, é o gesto a procurar. O eu, a pessoa a seguir. E só assim estaremos bem connosco próprios. E com os outros.
  Olho e Lisboa observa-me embelezada pela sua luz linda e única. Mirando-me no seu manto de rosas, de becos e cantigas. Lisboa de tradições e culturas. Lisboa veste-se de Prada ao final da tarde. E é altura que regressar.

domingo, 12 de junho de 2011


'' Esos tecnócratas de cuarta que son unos ignorantes, que no saben un carajo de nada y cobran unos sueldos inmensos… Y en cada crisis que ellos desatan terminan aumentando su fortuna porque son finalmente recompensados por esas hazañas que consisten en haber arruinado el mundo. Ése es un mundo al revés, que recompensa a sus arruinadores. Ni un sólo preso hay en Wall Street que provocaron esta crisis del planeta entero. Y en cambio hay miles de presos por haber consumido marihuana o haber robado una gallina. Es el mundo al revés, es un mundo de mierda, pero no es el único posible.
Y cada vez que me asomo a estas concentraciones lindísimas, de gente joven… Pienso, no, hay otro mundo que nos espera y son los jóvenes los que los llevan adelante, esos jóvenes despreciados por las elecciones regidas por el interés de los partidos políticos donde los jóvenes no votan ''

Eduardo Galeano, é um jornalista e escritor Uruguaio nascido em 1940. Tem mais de quarenta livros publicados e traduzidos em diversos idiomas.


Secalhar tem razão até porque parece que estamos entregues a isto.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Novas Oportunidades

Antes de mais, aos nossos seguidores e aos meus companheiros, peço desculpa pela ausência de “post’s” nos últimos tempos, mas a época de exames já vai longa e a malta tem que trabalhar para se desenrascar. Mas pronto, agora que a disponibilidade é maior, resolvi voltar ao activo com um título polémico.

Não, peço desculpa, mas não. Não vou falar de eleições, nem de vencedores e derrotados, nem de troikinices nem da ida do Sócrates para a prateleira, se bem que de todas, esta última foi a melhor coisa que aconteceu no Domingo passado. Isso e a lata do Francisco Louçã ao atribuir as culpas do fracasso do Bloco de Esquerda aos outros partidos, sabendo de antemão que colando-se ao PCP e recusando negociar com a Troika estava a colocar-se numa posição débil e de muito perigo. Assim e dito isto, hoje escreverei sobre: Novas Oportunidades.

É importante no inicio desta análise, definirmos dois tipos diferentes de Novas Oportunidades. As verdadeiras Novas Oportunidades e as “Novas Oportunidades Sócratianas”. Quanto às verdadeiras nada a dizer. A alfabetização, educação e enriquecimento da população são pilares fundamentais do Estado Social (esqueçam que o Zé existiu nas vossas vidas) que a sociedade se propõe perseguir e alcançar. A vontade das populações de terem habilitações literárias que lhes permitam abrir novas portas e novas oportunidades é total e perfeitamente compreensível, sendo um sinal da sede de conhecimento que ainda temos no nosso Pais.

Mas este lado positivo das Novas Oportunidades têm que ser correlacionado com as suas faces negativas, que sejamos sinceros, são mais do que as que seriam, à partida, expectáveis e admissíveis. Quando Pedro Passos Coelho falou em “certificados de incompetência”, apenas disse, de forma clara, aquilo que muitos estudantes e profissionais sentem na pele todos os dias.

Confuso? Normal. Simplificando, o “certificado de incompetência” das Novas Oportunidades não é, ao contrário do que possa parecer, passado aos que no programa estão inseridos, mas sim, aos outros que percorreram o caminho dito “normal” nos degraus da educação em Portugal. Isto não quer dizer, obviamente, que uns sejam melhores que outros. Nada disso. Quer apenas e só espelhar, uma desigualdade abismal que toda a gente vê mas que ninguém quer ver.

Confuso outra vez? Óbvio. Aquilo que quero dizer é que as Novas Oportunidades permitem aos seus alunos fazerem com pouco esforço e dedicação (comparativamente) aquilo que os outros fazem suando muitas vezes sangue e suor. Ninguém no seu perfeito juízo, pensa que terminar o 12º ano pelo ensino normal é a mesma coisa que fazê-lo através do programa supra referido. Não tem qualquer semelhança, seja ao nível de preparação seja ao nível de exigência. Então qual a solução? Simples. Repensar a organização das Novas Oportunidades, continuando a dar a oportunidade às pessoas de se instruírem e de obter mais e melhores atributos educativos, mas retirando a opção de estas seguirem para o ensino superior. Porquê? Porque o ensino superior pressupõe uma enormidade de capacidades cognitivas e de estudo, que permitam-me a franqueza, um aluno das Novas Oportunidades à partida não tem, e que, mais importante ainda, não trabalhou (seja por facilitismo seja por impossibilidade) tanto como quem percorreu o caminho dito regular.

Assim, e finalizando, o mais importante era que as Novas Oportunidades não tivessem sido apenas e só números de faz de conta, mas uma verdadeira ideia de ajudar e igualar as pessoas no que ao nível educacional diz respeito. Se é um atestado de incompetência? É discutível. Se é um programa defeituoso, desigual e injusto? Disso não tenho qualquer dúvida.

terça-feira, 7 de junho de 2011

As fissuras do Bloco

  Era esperado. No meio de tanta salgalhada, onde coube de tudo, num bloco à esquerda onde havia lugar para todos mais tarde ou mais cedo estas divergências iam acontecer. Desde a União Democrática Popular, marxista, passado pela Política XXI (que já nasceu de divergentes de outras causas...) e acabando no Partido Socialista Revolucionário (trotskista), sem se esquecer os dissidentes do MRPP, do PCP e até do PS. Ou seja era uma mistura de ideologias mal concebidas, até entrando em conflito em certos pontos mas com imenso em comum, afinal eram todos ramos do comunismo, sejam eles maoístas, troikskistas ou mandelistas. Por falar em comunismo, é extraordinário a conotação negativa que esta palavra ganhou, devendo-se à URSS e ao poder capitalista, é significativo como um movimento que defende a abolição de diferenças entre classes, uma sociedade igualitária de direitos e deveres e numa forte defesa da classe operária rapidamente se transformou numa palavra do diabólica em termos de conotação. A força das palavras é enorme.
  Bem, mas no meio de tantas diferenças e conflitos ideológicos como é que a "coisa" funcionou até agora? Porque tinha um fortíssimo "cimento" que envolvia a estrutura e a tornava coesa. Como ontem muito bem referiu Miguel Sousa Tavares, esse elemento é Louça e se ele sair não existe ninguém com capacidade para aglutinar as bases em prol de uma causa maior, e será o fim do bloco como o conhecemos.
   Então quais são as diferenças? O curioso é que são muito poucas ou praticamente nenhumas, todas querem promover  socialismo através de revolução. Assim se definem. Os trotskistas através de uma revolução contínua e permanente, outros mais drásticos. Mas isto é ideologia fundadora, de orientação. Já não estamos mais no século XIX, alguém acha mesmo que se fará uma revolução armada agora e que se tomará conta do poder? Sejamos claros, esses tempos não existem mais, então ficamos com a sociedade, os seus deveres para com ela. E já não é pouco. Podem não acreditar mas governar é difícil.
  Esqueçam os ideais revolucionários do século XIX, senão arriscam-se a parar no tempo como os vizinhos do lado. Mas vocês não têm história, e com isso todo o significado subjacente a isso. Desde militantes a convicções enraizadas. Faltam alternativas firmes e capazes à esquerda. Faltam soluções. Agora é tempo de agir, repensar e actuar. Pratiquem a revolução mas interna, para poderem exercer aquilo a que se propõem, que é apresentarem soluções, propostas e causas de luta. Ao excluírem-se dessa luta, excluem-se do raio político capaz. Se é que lá estiveram algum dia...

PS:  E por amor de deus, tragam de volta a Joana Amaral Dias como diziam ontem aqui o JB! Falta gente assim na política portuguesa!


segunda-feira, 6 de junho de 2011

DesBLOQueador da Esquerda



  Ontem a denominada esquerda portuguesa sofreu uma derrota pesadíssima. É um facto. Que fez tudo para que isso acontece-se é outro. E assim de fecha um ciclo na esquerda portuguesa. Mas não se fecha a esquerda, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa.
  O PCP não entra nestas contas, tem um eleitorado fixo e estável, varia muito pouco. É coeso e tem uma forte máquina partidário, ou seja nunca sobre muito nem desce muito. Já o Bloco e o Partido Socialista são os grandes derrotados destas eleições, e apenas por culpa própria. O bloco de há um ano para cá, tem enfrentado grandes cisões internas fruto de políticas controversas. O apoio a Manuel Alegre, numa tentativa de consolidação próxima do PS pouco efeito surgiu, pois os militantes socialistas não olharam para o bloco como alternativa nesse prisma. O bloco procurou seguir outro tipo de política, o de ser uma alternativa válida à esquerda, mas errou no caminho. Ao não negociar com a troika, transformou-se num partido meramente contestatário, e para isso já temos o original. Ao ser uma cópia do PCP, o BE só perde. Dele, os eleitores esperam mais, e fizeram-no pagar por isso. E agora terá que explicar como apresentou uma moção de censura que destruiu a esquerda, reduziu-lhe os deputados para metade e levou uma maioria de direita ao poder. Um ano de políticas ziguezagueantes  transformou o BE numa amostra daquele que pode ser, e que se espera dele. Pelo menos eu. Mas será agora que se decidirá o seu futuro. Um tempo de reflexão e que certamente trará um caminho melhor definido e construído em bases mais sólidas. É na crise que nasce o futuro.
  Para esta renovação da esquerda, muito importará o PS. Que ninguém duvide que o PS voltará fortíssimo e pronto para derrotar o PSD daqui a 4 anos. Terá que escolher bem que caminho irá seguir. Se um discípulo de Sócrates ou se retornará ao seu início, mais intimamente ligado à esquerda. A ala esquerdista do PS adormecida, acordará e tentará dominar os centristas no poder. E só ganhará com isso. Para o outro lado já temos o PSD, terá que ser no eleitorado que perdeu que o PS retornará ao êxito. E não será com António Seguro ou outro qualquer gafanhoto engravatado, terá que ser um político e não um seguidor de líderes. Gostava que avançasse o António Costa. A ver vamos qual será o trilho que os socialistas escolheram para o seu futuro. Mas reafirmo que é uma oportunidade única para a esquerda se reinventar e progredir. A mudança que se ouve em todos os slogans de 4 em 4 anos, não pode ser apenas uma palavra, terá que ser uma movimento, um objectivo.
  O grande obstáculo foi ultrapassado (José Sócrates), agora é calmamente saber traçar o caminho.

domingo, 5 de junho de 2011

José Sócrates



  Mais que uma vitória do PSD, esta derrota é tua. Só te resta ir para uma empresa de boys. Até nunca!