Introdução

Grupo de jovens, mais ou menos coerentes, uns de esquerda outros de direita, outros nem sabem de onde, deram por si a debater os mais variados assuntos a cada encontro. Ora economia ora desporto, passando pela religião até aquilo que em Portugal se chama de Política.Com a evolução dos seus percursos pessoais, e da necessidade de um local para promover essas trocas de opiniões, (já fartos de serem expulsos de certos cafés) quatro deles juntam-se e nasce este espaço. Um local para todos, onde todas as opiniões serão bem-vindas desde que civilizadas, que seja também a vossa casa. Sim, nós sabemos que parece um T1 em Sacavém, com vista para a linha do comboio. Mas não dá para mais, estamos à rasca.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Relações ou Ralações?

Por motivos de força maior, que não vou expor aqui senão escandalizava toda a gente o meu companheiro de blog Gastão Garrett não irá conseguir colocar hoje a sua crónica. O que leva à antecipação da minha que em circunstâncias normais é à terça-feira. Assim excecionalmente “levam” comigo segunda e com ele terça. Aqui vai:
Os relacionamentos ou as relações, propriamente ditas, estão associadas ao ato de ligação entre, no mínimo, dois seres (com ou sem personalidade jurídica) e por mais inevitável que pareça, têm sempre um início e um fim. Esta forma de conexão possui variadíssimas naturezas, que podem ir desde a profissional até à de amizade ou até à amorosa, assim como muitas outras.
A vida em sociedade baseia-se nisto mesmo, relações, pois quando convivemos, estamos a relacionar-nos. Algumas vivemos de uma forma muito intensa e reagimos como se o mundo fosse acabar amanhã (o que não deve demorar muito para acontecer já que estamos perto de chegar ao final de 2012 e ao grande cataclismo), noutras a nossa reação é mais fugaz e despreocupada pois não lhes damos tanta importância.
Mas não se transformarão todas as relações em ralações? Esta é uma boa pergunta, para a qual não sei se alguém tem respostas, mas como este é um espaço para “opinadores”, vou então esmiuçar a minha respetiva opinião. Aqui vou-me debruçar mais sobre os relacionamentos amorosos, principalmente por serem os mais polémicos e qualquer bom português gosta de assistir a uma polemicazinha, por mais pequena que seja. No meu entender, numa relação está sempre presente o fator ralação. Na fase inicial onde é tudo rosas, há um desejo tão grande de
agradar ao outro, que a ralação está constantemente na nossa cabeça ao tentar inventar maneiras de satisfazer o parceiro. Numa fase seguinte surgem pequenas discussões, que geralmente acabam em bem, mas aqui são estes atritos as ralações, ou seja, deixam de estar presentes no nosso intelecto para passarem a surgir realmente à nossa frente, como se de um polícia sinaleiro se tratassem. Numa fase mais avançada deixa de existir a relação entre dos seres e passa a existir a ralação a 100%, seja porque um dos elementos foi sair com os amigos/as e o outro não gostou, seja porque um se esqueceu do aniversário de namoro e comprou bilhetes para o futebol nesse dia, qualquer pequeno motivo causa um estado de apoquentação tal que a ralação passa a estar em pleno nas nossas vidas.
Contudo isto são meras palavras escritas por um “opinador”, cada caso é um caso, pois já dizia o poeta, “as palavras somos nós”.

Jacques Garrett

1 comentário:

  1. É óbvio que não há relação sem ralação. Pois, como vem no verso, "Quando a gente gosta é óbvio que a gente cuida". Cuidar envolve estar preocupado. O fulcral aqui é definir o tipo de preocupação. Quando as preocupações começam a ser mesquinas, se ele saiu à noite ou se ela deu um abraço a um antigo amigo, ou se ele se peidou sem querer, ou se ela deixou um pivete no WC, algo não está bem (o ar é de todos). Se algo não está bem, e não foi detectado por um dos parceiros, amantes, algo está ainda pior, e faz-se uma bola de neve de discussões estúpidó-parvas. E na minha opinião, quando a coisa cresce a este ponto, é porque a relação não era a mais melhor boa. Porque as coisas, embora tenham de ser mantidas e agarradas, e se tenham de cuidar, devem seguir o seu rumo natural. Se tudo descarrilar, foi porque um dos parceiros se enganou, se desleixou, e talvez afinal de contas, nunca tenha chegado a amar. Encerro assim esta opinião, de forma deveras panisga, com pitada de contos de fadas, e uma mão-cheia unicórnios cor-de-rosa brilhantes pelo meio.

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