Qual poderá ser a nossa atitude perante o futuro próximo? Vivemos numa sociedade irregular, onde o trabalho manual não é considerado mas sim desprestigiado, tal como se fossem estúpidos, sujos e inferiores. Sectores como agricultura estão mal parados e não aguentam a concorrência. Um sector vital! Temos uma economia virtual que está a crescer constantemente! A população continua a ignorar o grau em que a sua sobrevivência esta muito distante de certos sectores de trabalho. Longe, muito longe… Continuando assim, o homem sobreviverá com um esforço súbito de adaptação ou por uma invenção milagrosa de uma nova tecnologia.
Sabemos que o dinheiro é criado a partir de uma divida para com o capital. Pensando que os bancos emprestam o dinheiro aos pequenos investidores… A partir de um euro os bancos podem distribuir milhares de euros com base em divida. O meu salário vem a partir desta divida, ou de um capital privado. A fim de cobrir esta divida e os juros incorridos, toda a economia permanece em competição, crescer imparavelmente e criar ainda mais divida de dinheiro a fim de absorver a divida existente. Trabalhas mais para ganhar mais para sustentar este sistema! Uma orquestra bem montada que soa bem nos nossos ouvidos. Tudo é possível graças ao crescimento económico! Crescimento sem limites é impossível. Porque? Porque dependemos da terra e dos seus recursos… Porque o homem não pode estar com pressa para sempre… e o crescimento é interminável, tornando-se insuportável… Concretamente, o desenvolvimento dos países do hemisfério sul é o resultado da sua divida para com os do norte, obrigando os países emergentes a adoptar uma economia ocidental, enquanto os seus recursos estão a ser explorados para o ocidente. Impossível um pais pequeno crescer e viver como os grandes! Se os grandes não reduzirem! Para atingir um nível de vida ocidental, o país tem de explorar o trabalho e os recursos de outros povos. Alimentar uma situação paradoxal. Porque só alguns beneficiam esta situação.
Em casa bombardeamo-nos com dívidas para instituições financeiras, os líderes do estado são forçados a submeter-se permanentemente a estas instituições, aderindo às políticas de austeridade. Esta sociedade de consumo reforça a nossa divida, a nossa submissão ao trabalho e a dependência dos recursos do sul. Instala-se a crise ecológica e de saúde. Trabalhar mais é simplesmente ridículo! Deveríamos nós ter evoluído naturalmente, tornar a sociedade menos trabalhosa, aceder a partilha do excedente para redução geral do tempo de trabalho. Estrategicamente, a produção de necessidades devem ser recolocados, de modo a que cada área geográfica possa incutir a sua soberania alimentar. Já não vamos lá com revoluções económicas, mas com uma revolução psicológica, invertendo os nossos valores onde a igualdade teria de assumir o seu real significado. Uma parte da actividade de hoje em dia é contra produtiva devido a pressão social e ecológica que ocasiona.
Uma lição para esta história, é de não estigmatizar os indivíduos na margem da nossa sociedade de consumo como os pobres e inactivos, porque pragmaticamente falando, os seus impactos ambientais e sociais são bem menores do que o consumidor médio. E para cada emprego inútil que suportamos, é a comunidade que tem de suportar os custos indirectos. Estilo de vida simples e local não deve ser estigmatizado porque ser produtivo não é sinónimo de felicidade. Há que ter em consideração as nossas necessidades do amanha antes dos prazeres de poucos. Não são necessárias ditaduras, o movimento tem de ser nosso. Mostrando ao nosso redor que este mundo tem mais cores do que aquelas que eles só vêm!
"Os meus olhos" JC
Introdução
Grupo de jovens, mais ou menos coerentes, uns de esquerda outros de direita, outros nem sabem de onde, deram por si a debater os mais variados assuntos a cada encontro. Ora economia ora desporto, passando pela religião até aquilo que em Portugal se chama de Política.Com a evolução dos seus percursos pessoais, e da necessidade de um local para promover essas trocas de opiniões, (já fartos de serem expulsos de certos cafés) quatro deles juntam-se e nasce este espaço. Um local para todos, onde todas as opiniões serão bem-vindas desde que civilizadas, que seja também a vossa casa. Sim, nós sabemos que parece um T1 em Sacavém, com vista para a linha do comboio. Mas não dá para mais, estamos à rasca.
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