Introdução

Grupo de jovens, mais ou menos coerentes, uns de esquerda outros de direita, outros nem sabem de onde, deram por si a debater os mais variados assuntos a cada encontro. Ora economia ora desporto, passando pela religião até aquilo que em Portugal se chama de Política.Com a evolução dos seus percursos pessoais, e da necessidade de um local para promover essas trocas de opiniões, (já fartos de serem expulsos de certos cafés) quatro deles juntam-se e nasce este espaço. Um local para todos, onde todas as opiniões serão bem-vindas desde que civilizadas, que seja também a vossa casa. Sim, nós sabemos que parece um T1 em Sacavém, com vista para a linha do comboio. Mas não dá para mais, estamos à rasca.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

“Para mudar o mundo, temos que mudar nós próprios”

Qual poderá ser a nossa atitude perante o futuro próximo? Vivemos numa sociedade irregular, onde o trabalho manual não é considerado mas sim desprestigiado, tal como se fossem estúpidos, sujos e inferiores. Sectores como agricultura estão mal parados e não aguentam a concorrência. Um sector vital! Temos uma economia virtual que está a crescer constantemente! A população continua a ignorar o grau em que a sua sobrevivência esta muito distante de certos sectores de trabalho. Longe, muito longe… Continuando assim, o homem sobreviverá com um esforço súbito de adaptação ou por uma invenção milagrosa de uma nova tecnologia.

Sabemos que o dinheiro é criado a partir de uma divida para com o capital. Pensando que os bancos emprestam o dinheiro aos pequenos investidores… A partir de um euro os bancos podem distribuir milhares de euros com base em divida. O meu salário vem a partir desta divida, ou de um capital privado. A fim de cobrir esta divida e os juros incorridos, toda a economia permanece em competição, crescer imparavelmente e criar ainda mais divida de dinheiro a fim de absorver a divida existente. Trabalhas mais para ganhar mais para sustentar este sistema! Uma orquestra bem montada que soa bem nos nossos ouvidos. Tudo é possível graças ao crescimento económico! Crescimento sem limites é impossível. Porque? Porque dependemos da terra e dos seus recursos… Porque o homem não pode estar com pressa para sempre… e o crescimento é interminável, tornando-se insuportável… Concretamente, o desenvolvimento dos países do hemisfério sul é o resultado da sua divida para com os do norte, obrigando os países emergentes a adoptar uma economia ocidental, enquanto os seus recursos estão a ser explorados para o ocidente. Impossível um pais pequeno crescer e viver como os grandes! Se os grandes não reduzirem! Para atingir um nível de vida ocidental, o país tem de explorar o trabalho e os recursos de outros povos. Alimentar uma situação paradoxal. Porque só alguns beneficiam esta situação.

Em casa bombardeamo-nos com dívidas para instituições financeiras, os líderes do estado são forçados a submeter-se permanentemente a estas instituições, aderindo às políticas de austeridade. Esta sociedade de consumo reforça a nossa divida, a nossa submissão ao trabalho e a dependência dos recursos do sul. Instala-se a crise ecológica e de saúde. Trabalhar mais é simplesmente ridículo! Deveríamos nós ter evoluído naturalmente, tornar a sociedade menos trabalhosa, aceder a partilha do excedente para redução geral do tempo de trabalho. Estrategicamente, a produção de necessidades devem ser recolocados, de modo a que cada área geográfica possa incutir a sua soberania alimentar. Já não vamos lá com revoluções económicas, mas com uma revolução psicológica, invertendo os nossos valores onde a igualdade teria de assumir o seu real significado. Uma parte da actividade de hoje em dia é contra produtiva devido a pressão social e ecológica que ocasiona.

Uma lição para esta história, é de não estigmatizar os indivíduos na margem da nossa sociedade de consumo como os pobres e inactivos, porque pragmaticamente falando, os seus impactos ambientais e sociais são bem menores do que o consumidor médio. E para cada emprego inútil que suportamos, é a comunidade que tem de suportar os custos indirectos. Estilo de vida simples e local não deve ser estigmatizado porque ser produtivo não é sinónimo de felicidade. Há que ter em consideração as nossas necessidades do amanha antes dos prazeres de poucos. Não são necessárias ditaduras, o movimento tem de ser nosso. Mostrando ao nosso redor que este mundo tem mais cores do que aquelas que eles só vêm!
"Os meus olhos" JC

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