Introdução

Grupo de jovens, mais ou menos coerentes, uns de esquerda outros de direita, outros nem sabem de onde, deram por si a debater os mais variados assuntos a cada encontro. Ora economia ora desporto, passando pela religião até aquilo que em Portugal se chama de Política.Com a evolução dos seus percursos pessoais, e da necessidade de um local para promover essas trocas de opiniões, (já fartos de serem expulsos de certos cafés) quatro deles juntam-se e nasce este espaço. Um local para todos, onde todas as opiniões serão bem-vindas desde que civilizadas, que seja também a vossa casa. Sim, nós sabemos que parece um T1 em Sacavém, com vista para a linha do comboio. Mas não dá para mais, estamos à rasca.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Troikinices Legislativas

Boa noite.
Sim, porque hoje não é uma noite qualquer.
É a noite em que eu fiquei a perceber, realmente, a solução do Partido Comunista Português caso um dia formasse Governo.
Ora deixa lá pensar
... ... ...
AH! Sim faz todo o sentido. A solução é fazer de Portugal um Salgueiros. Leva-se à bancarrota e começamos com outro nome, tipo Alemanha II, ou Merkeland talvez. E assim esquecem-se as dívidas e começamos como se nada fosse. Boa, Jerónimo, hoje foi realmente espectacular. Quase tanto como "críticas ao Governo PS só se perdem as que caiem no chão". Que momento divinal, fantástico mesmo esta forte retórica fundamentada.
Enfim, salva-se os momentos em que os espectadores passaram pelas brasas, de tão enfadonho que foi o debate de hoje na TVI24. Já o de ontem teve momentos altos, dignos dos maiores palcos do mundo, principalmente quando o Eng.Zé se dá ao trabalho de mandar pôr numa capa vazia uma etiqueta a dizer: "Programa Eleitoral do CDS". Onde a palhaçada já chegou, vale tudo nesta desenfreada caça ao voto. Tenham vergonha, façam política pelas pessoas e não para as pessoas.

Quero também esta semana escrever sobre algo que, já há algum tempo, me faz alguma confusão. A organização do PSD. Ninguém duvidará, pelo menos dos que acompanham a vida partidária mais de perto, que esta é, talvez, das maiores oportunidades que o partido fundado por Francisco Sá Carneiro teve de garantir uma maioria absoluta junto do eleitorado. Pois bem, parece que estão a conseguir estragar o que era fácil. As últimas semanas foram pródigas num chorrilho de asneiradas de todos os quadrantes do partido, a começar no Dr. Leite Campos, e a sua tese fantástica a que simpaticamente chamei " Em Portugal, alguém que ganhe 5800 euros líquidos de vencimento mensal, é um pobretanas sem ter onde cair morto" e a acabar no contínuo emitir de opiniões de militantes que em nada abonam o partido que representam. Social-Democratas, façam um favor a vocês mesmo, não digam disparates.
Também me parece óbvio que ninguém tem dúvidas que o Partido Socialista montou uma fortissima máquina de comunicação e marketing, que tem permitido ao seu candidato subir a pulso nas sondagens para o acto eleitoral de 5 de Junho que, diga-se de passagem, caso o PSD tivesse feito o seu trabalho, estariam mais que ganhas mesmo antes da campanha começar. E assim arriscam-se a ser obrigados a fazer Governo com o CDS caso queiram chegar ao poder, dando de novo a oportunidade a Paulo Portas de fazer mais umas comprinhas aos alemães. Só que desta vez, vão ser os jipes de guerra utilizados pelos nazis na 2a guerra mundial. Novinhos e a estrear portanto.

Para finalizar, parece-me importante, referir algumas coisas.
Sim, GT, as medidas impostas pela ajuda externa podiam ter sido implementadas por nós, caso o Estado tivesse dinheiro (que nem para pagar ordenados havia). Assim sendo, já não se trata de satisfazer este ou aquele, mas de uma verdade simples e dura. Portugal não tem um tostão furado. E para lá caminham os Portugueses e a vizinha Espanha. Não tendo nenhum background financeiro que permita implementar as medidas de forma indepedente, e numa tentativa de acalmar os mercados, era essencial este pedido de "empréstimo". Tudo o que referes em relação ao destino do dinheiro, é verdade, mas também é verdade que foram os bancos que aguentaram a banca, comprando dívida pública do Estado enquanto tiveram capacidade para isso. Assim, é meia verdade que a vinda dos gestores externa pudesse não acontecer. Tal como as privatizações de que tanto se fala. Não faz sentido no panorama actual da economia mundial manter agregado ao executivo, empresas monstruosas como a RTP ou a ANA, que geram mais despesas do que lucros, já para não falar que, nem sempre os gestores públicos tem a mesma capacidade dos gestores privados quando a política das empresas é, pura e simplesmente a obtenção de lucro.
Claro que, se fosse possivel, acabaria com a fome em África e com o flagelo da SIDA. Mas nós não somos omnipotentes. E Portugal, no estado em que se encontra, muito menos. Não podemos ter o país à beira da bancarrota e continuar a gastar dinheiro num canal de televisão que só gera prejuízos. Quem paga? As pessoas. Habituem-se a uma coisa, sai sempre dos bolsos dos mesmos.
Talvez esteja então na hora de cortar os dedos dessa mão, que todos os meses retira uma grande fatia às familias. Está na hora de emagrecer o Estado, emagrecer a despesa pública, emagrecer os custos.
Em vez de comer fora todos os dias, comam em casa. Em vez de comprar roupa da Armani, comprem da Zara ou da Bershka. Em vez de andarem de carro, andem de transportes públicos como faz a Geração à Rasca. Em vez de irem de férias para as Maldivas ou para o Brasil, vão para as Berlengas ou para o Algarve. Em vez de irem ao Pingo Doce e comprarem produtos espanhóis e alemães, vão ao Continente e comprem produtos portugueses. Em vez de serem comodistas, sejam activos e preocupados. Sejamos portugueses.
Porque só investindo em nós, resolveremos um problema que é nosso. Apenas e só nosso.
Bem haja a todos.



5 comentários:

  1. E já dizia ontem o Miguel Guilherme na apresentação do Último a sair : " Este é um reality show diferente de todos os outros, pois é o primeiro pago integralmente por vocês". Se calhar sou eu que sou demasiado utópico, mas não percebo como a RTP dá prejuízo e a privadas dão lucro.
    Eu sei que a intervenção era inevitável, mas não o era o que nos trouxe até aqui.
    Esses jipes davam um jeitão para controlar as manifestações conta a nato!

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  2. "façam política pelas pessoas e não para as pessoas" - muito bem dito

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  3. Esta foi a geraçao que nos governou nos ultimos 15 anos. Que no futuro convem que os nossos Jovens nao repitam os erros inrreparaveis que se cometeram no nosso Pais,
    -Foi pedido o resgate;Bom, dado o que está em causa é tão só o futuro dos nossos filhos e a própria sobrevivência da democracia em Portugal, não me parece exagerado perder algum tempo a desmontar a máquina de propaganda dos bandidos que se apoderaram do nosso país.
    Já sei que alguns de vós estão fartos de ouvir falar disto e não querem saber, que sou deprimente, etc, mas é importante perceberem que o que nos vai acontecer é, sobretudo, nossa responsabilidade porque não quisemos saber durante demasiado tempo e agora estamos com um pé dentro do abismo e já não há possibilidade de escapar.
    Estou convencido que aquilo a que assistimos nos últimos dias é uma verdadeira operação militar e um crime contra a pátria (mais um). Como sabem há muito que ando nos mercados (quantos dos analistas que dizem disparates nas TVs alguma vez estiveram nos ditos mercados?) e acompanho com especial preocupação (o meu Pai diria obsessão) a situação portuguesa há vários anos.
    Algumas verdades inconvenientes não batem certo com a "narrativa" socialista há muito preparada e agora posta em marcha pela comunicação social como uma verdadeira operação de PsyOps, montada pelo círculo íntimo do bandido e executada pelos jornalistas e comentadores "amigos" e dependentes das prebendas do poder (quase todos infelizmente, dado o estado do "jornalismo" que temos).

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  4. (continuaçao)
    Ora acredito que o plano de operações desta gente não deve andar muito
    longe disto:
    Narrativa: Se Portugal aprovasse o PEC IV não haveria nenhum resgate.
    Verdade: Portugal já está ligado à máquina há mais de 1 ano (O BCE todos os dias salva a banca nacional de ter que fechar as portas dando-lhe liquidez e compra obrigações Portuguesas que mais ninguém quer - senão já teríamos taxas de juro nos 20% ou mais).
    Ora esta situação não se podia continuar a arrastar, como é óbvio.
    Portugal tem que fazer o rollover de muitos milhares de milhões em dívida já daqui a umas semanas só para poder pagar salários! Sócrates sabe perfeitamente que isso é impossível e que estávamos no fim da corda.
    O resto é calculismo político e teatro, como sempre fez.
    Narrativa: Sócrates estava a defender Portugal e com ele não entrava cá o FMI.
    Verdade: Portugal é que tem de se defender deste criminoso louco que levou o país para a ruína (há muito antecipada como todos sabem).

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  5. A diabolização do FMI é mais uma táctica dos spin doctors de Sócrates.
    O FMI fará sempre parte de qualquer resgate, seja o do mecanismo do EFSF (que é o que está em vigor e foi usado pela Irlanda e pela Grécia), seja o do ESM (que está ainda em discussão entre os 27 e não se sabe quando, nem se, nem como irá ser aprovado).
    Narrativa: Estava tudo a correr tão bem e Portugal estava fora de perigo mas vieram estes "irresponsáveis" estragar tudo.
    Verdade: Perguntem aos contabilistas do BCE e da Comissão que cá estiveram a ver as contas quanto é que é o real buraco nas contas do Estado e vão cair para o lado (a seu tempo isto tudo se saberá).
    Alguém sinceramente fica surpreendido por descobrir que as finanças públicas estão todas marteladas e que os papéis que os socráticos enviam para Bruxelas para mostrar que são bons alunos não têm credibilidade nenhuma?
    E acham que lá em Bruxelas são todos parvos e não começam a desconfiar de tanto oásis em Portugal?
    Recordo que uma das razões pela qual a Grécia não contou com muita solidariedade alemã foi por ter martelado as contas sistematicamente, minando toda a confiança.
    Acham que a Goldman Sachs só fez swaps contabilísticos com Atenas?
    E todos sabemos que o Eng.º relativo é um tipo rigoroso, estudioso e duma ética e honestidade à prova de bala, certo?
    Narrativa: Os mercados castigaram Portugal devido à crise política desencadeada pela oposição. Agora, com muita pena do incansável patriota Sócrates, vem aí o resgate que seria desnecessário.
    Verdade: É óbvio que os mercados não gostaram de ver o PEC chumbado (e que não tinha que ser votado, muito menos agora, mas isso leva-nos a outro ponto), mas o que eles querem saber é se a oposição vai ou não cumprir as metas acordadas à socapa por Sócrates em Bruxelas (deliberadamente feito como se fosse uma operação secreta porque esse aspecto era peça essencial da sua encenação).
    E já todos cá dentro e lá fora sabem que o PSD e CDS vão viabilizar as medidas de austeridade e muito mais.
    É impressionante como a máquina do governo conseguiu passar a mensagem lá para fora que a oposição não aceitava mais austeridade.
    Essa desinformação deliberada é que prejudica o país lá fora porque cria inquietação artificial sobre as metas da austeridade. Mesmo assim os mercados não tiveram nenhuma reacção intempestiva porque o que os preocupa é apenas as metas.
    Mais nada.
    O resto é folclore para consumo interno.
    E, tal como a queda do governo e o resgate iminente não foram surpresa para mim, também não o foram para os mercados, que já contavam com isto há muito (basta ver um gráfico dos CDS sobre Portugal nos últimos 2 anos, e especialmente nos últimos meses).
    Porque é que os media não dizem que a bolsa lisboeta subiu mais de 1% no dia a seguir à queda?
    Simples, porque não convém para a narrativa que querem vender ao nosso povo facilmente manipulável (julgam eles depois de 6 anos a fazê-lo impunemente).
    Bom, há sempre mais pontos da narrativa para desmascarar mas não sei se isto é útil para alguém ou se é já óbvio para todos.
    E como é 5ª feira e estou a ficar irritado só a escrever sobre este assunto termino por aqui.
    Se quiserem que eu vá escrevendo mais digam, porque isto dá muito trabalho.
    Henrique Medina Carreira
    Enviado por PF - 47 anos- geraçao á rasquinha!

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